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Deixar registrado aqui essa fase da minha vida. Difícil, talvez a pior, mas como tal já passou. Conheço meu inimigo, portanto nunca subestimo o Câncer. Esse mal é traiçoeiro, e como!!! Não valorizo a sua passagem muito menos o seu fantasma. Não deixo de viver um dia sequer, grata a Deus que me concebe, feliz por ser a mulher forte que sou. Ando com Fé, e bola pra frente. A vida não para e eu também não.

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22 de outubro de 2010

A CARÍCIA ESSENCIAL

Hoje eu estou fazendo uso pela primeira vez de um presente, que ganhei na ONG VIVA MELHOR.
Para preencher temporariamente o vazio, estético deixado pela mastectomia.
Isso me trouxe a mente,  o conto abaixo, que li há um bom tempo atrás, em um dos livros do Roberto Shinyashiki.
Na época eu fiquei encantada com os tais, saquinhos de carinhos quentes.
E na minha vida adulta e prática, vejo que a providência divina, sempre embala, as nossas eventuais necessidades em saquinhos de carinhos quentes.
Estou enviando um desses carinhos quentes temporários a minha querida Fátima de S. Borja-RS.
A ela e a sua florzinha Isamel, um abraço bem apertado cheio de carinhos quentes.
E a certeza que nessa vida efémera, tudo passa, e rápido até o uso desse carinho quente.





Neste conto, Claude Steiner, com muita sabedoria e ternura, sintetiza muitas idéias sobre Carícias.
Era uma vez, há muito tempo, um casal feliz, Antonio e Maria, com dois filhos chamados João e Lúcia.
Para entender a felicidade deles, é preciso retroceder àquele tempo.
Cada pessoa, quando nascia, ganhava um saquinho de carinhos.
Sempre que uma pessoa punha a mão no saquinho podia tirar um Carinho Quente. Os Carinhos Quentes faziam as pessoas sentirem-se quentes e aconchegantes, cheias de carinho. As pessoas que não recebiam Carinhos Quentes expunham- se ao perigo de pegar uma doença nas costas que as fazia murchar e morrer. Era fácil receber Carinhos Quentes.
Sempre que alguém os queria, bastava pedi-los.
Colocando-se a mão na sacolinha surgia um Carinho do tamanho da mão de uma criança.
Ao vir à luz o Carinho se expandia e se transformava num grande Carinho Quente que podia ser colocado no ombro, na cabeça, no colo da pessoa.
Então, misturava-se com a pele e a pessoa se sentia toda bem.
As pessoas viviam pedindo Carinhos Quentes umas às outras e nunca havia problemas para conseguí-los, pois eram dados de graça.
Por isso todos eram felizes e cheios de carinhos, na maior parte do tempo. Um dia uma bruxa má ficou brava porque as pessoas, sendo felizes, não comprovam as poções e ungüentos que ela vendia.
Por ser muito esperta, a bruxa inventou um plano muito malvado. Certa manhã ela chegou perto de Antonio enquanto Maria brincava com a filha e cochichou em seu ouvido: "olha Antonio, veja os carinhos que Maria está dando à Lúcia.
Se ela continuar assim vai consumir todos os carinhos e não sobrará nenhum para você". Antonio ficou admirado e perguntou:
"Quer dizer então que não é sempre que existe um Carinho Quente na sacola?" E a bruxa respondeu: "Eles podem se acabar e você não os ganhará mais". Dizendo isso a bruxa foi embora, montada na vassoura, gargalhando muito.
Antonio ficou preocupado e começou a reparar cada vez que Maria dava um Carinho Quente para outra pessoa, pois temia perdê-los.
Então começou a se queixar a Maria, de quem gostava muito, e Antonio também parou de dar carinhos aos outros, reservando-os somente para ela.
As crianças perceberam e passaram também a economizar carinhos, pois entenderam que era errado dá-los. Todos ficaram cada vez mais mesquinhos.
As pessoas do lugar começaram a sentir-se menos quentes e acarinhados e algumas chegaram a morrer por falta de Carinhos Quentes.
Cada vez mais gente ia à bruxa para adquirir unguentos e poções. Mas a bruxa não queria realmente que as pessoas morressem porque se isso ocorresse, deixariam de comprar poções e unguentos: inventou um novo plano.
Todos ganhavam um saquinho que era muito parecido com o saquinho de Carinhos, porém era frio e continha Espinhos Frios.
Os Espinhos Frios faziam as pessoas sentirem-se frias e espetadas, mas evitava que murchassem. Daí para frente, sempre que alguém dizia "Eu quero um Carinho Quente", aqueles que tinham medo de perder um suprimento, respondiam:
"Não posso lhe dar um Carinho Quente, mas, se você quiser, posso dar-lhe um Espinho Frio ". A situação ficou muito complicada porque, desde a vinda da bruxa havia cada vez menos Carinhos Quentes para se achar e estes se tornaram valiosíssimos.
Isto fez com que as pessoas tentassem de tudo para consegui-los. Antes da bruxa chegar as pessoas costumavam se reunir em grupos de três, quatro, cinco sem se preocuparem com quem estava dando carinho para quem.
Depois que a bruxa apareceu, as pessoas começaram a se juntar aos pares, e a reservar todos seus Carinhos Quentes exclusivamente para o parceiro. Quando se esqueciam e davam um Carinho Quente para outra pessoa, logo se sentiam culpadas.
As pessoas que não conseguiam encontrar parceiros generosos precisavam trabalhar muito para obter dinheiro para comprá-los. Outras pessoas se tornavam simpáticas e recebiam muitos Carinhos Quentes sem ter de retribuí-los.
Então, passavam a vendê-los aos que precisavam deles para sobreviver. Outras pessoas, ainda, pegavam os Espinhos Frios, que eram ilimitados e de graça, cobriam-nos com cobertura branquinha e estufada, fazendo-os passar por Carinhos Quentes.
Eram na verdade carinhos falsos, de plástico, que causavam novas dificuldades.
Por exemplo, duas pessoas se juntavam e trocavam entre si, livremente, os seus Carinhos Plásticos. Sentiam-se bem em alguns momentos mas, logo depois sentiam-se mal. Como pensavam que estavam trocando Carinhos Quentes, ficavam confusas.
A situação, portanto, ficou muito grave. Não faz muito tempo uma mulher especial chegou ao lugar. Ela nunca tinha ouvido falar na bruxa e não se preocupava que os Carinhos Quentes acabassem.
Ela os dava de graça, mesmo quando não eram pedidos. As pessoas do lugar desaprovavam sua atitude porque essa mulher dava às crianças a idéia de que não deviam se preocupar com que os Carinhos Quentes terminassem, e a chamavam de Pessoa Especial.
 As crianças gostavam muito da Pessoa Especial porque se sentiam bem em sua presença e passaram a dar Carinhos Quentes, sempre que tinham vontade.
Os adultos ficavam muito preocupados e decidiram impor uma lei para proteger as crianças do desperdício de seus Carinhos Quentes.
A lei dizia que era crime distribuir Carinhos Quentes sem uma licença. Muitas crianças, porém, apesar da lei, continuavam a trocar Carinhos Quentes sempre que tinham vontade ou que alguém os pedia.
Como existiam muitas crianças parecia que elas prosseguiriam seu caminho. Ainda não sabemos dizer o que acontecerá. As forças da lei e da ordem dos adultos forçarão as crianças a parar com sua imprudência?
Os adultos se juntarão à Pessoa Especial e às crianças e entenderão que sempre haverá Carinhos Quentes, tantos quantos forem necessários?
Lembrar-se-ão dos dias em que os Carinhos Quentes eram inesgotáveis porque eram distribuídos livremente?
Em qual dos lados você está
A CARÍCIA ESSENCIAL Roberto Shinyashiki

UMA ESTÓRIA DE CARÍCIAS

5 comentários:

Drica disse...

OLÁ!!!!!!
LINDO ESSE TEXTO!!!!!!!!!!!
EU ACREDITO QUE OS CARINHOS QUENTES NUNCA VÃO SE ACABAR.
ENQUANTO EXISTIR AMOR, AMIZADE E PESSOAS DEDICADAS EM SEMEAR ALEGRIAS E CULTIVAR AMIGOS.
UM FORTE ABRAÇO.

Sabrina disse...

Amaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaada!!
Meu carinho quente vai em forma de energia positiva, força e o desejo de que cada dia seja mais e mais cintilante!
Beijos com amor,
Sa

Marisa B R Calandrim disse...

Um grande abraço cheio de carinho para vc.

Cristina disse...

Wilma, quanto mais carinhos quentes doamos aos outros mais teremos para doar, se os retemos eles deixam de ter sua função e morrem. Viemos para servir! Lindo post! Bom domingo!

Angela Fonseca disse...

Legal: os saquinhos carregando carinho, calor e solidariedade. Sugiro que, depois de usá-lo, guarde este primeiro saquinho como lembrança deste momento de aprendizado em muitas etapas. Depois que tudo passar, retribua, distribuindo 'saquinhos quentes' a quem estiver precisando: uma corrente de afeto e encorajamento. Beijos.

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